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Mostrando postagens de agosto, 2016

DONA ROSALVA

Eliana Gesteira Era uma mulher baixa, gordinha e também muito ágil. Seu nome surge de um mundo longínquo, onde havia muitas tarefas a cumprir e também horários rígidos para rotinas como comer, tomar banho e dormir. Da lembrança surgida, tento dar um desconto aos traumas que se fixaram em mim como uma tatuagem da qual só comecei a aceitar à medida que os anos se distanciavam e a marca se tornava indelével. Falo de minha professora do primário, Dona Rosalva. Naquele tempo de castigos, reprimendas e decorebas, Dona Rosalva era soberana. Sua didática consistia nas leituras silenciosas, na tabuada mil vezes repetida e na conjugação de verbos cantada em uníssono na sala. Se por descuido algum aluno ousasse desafiar sua autoridade, era “convidado” a ficar com a cara colada no quadro negro ou a andar sozinho de um lado para outro repetindo trechos da lição perdida. Ao final da manhã de aula, a nossa saída se condicionava à resposta correta da arguição diária sobre multiplicações ou v