Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2017

A JUSTA MEDIDA: O SOM DE MULLIGAN E PIAZOLLA

  Years of solitude    Anos de soledad   https://www.youtube.com/watch?v=FDwahjiQ_5g live em Roma Maria Júlia ESCUTEM: A música salta de dentro do seu peito e voa para longe, ele sai correndo atrás, sem saber para onde, o saxofonista de bela juba branca ao vento e o seu saxofone plangente. Nos caminhos do sul, encontra o bandeonista, e juntos choram as respectivas solidões perante o público italiano. O ano é de 1974, o local, um teatro de Roma. O saxofone inicia cantando a solidão como o que existe de mais real, como parte da condição humana, do ser na sua individualidade existencial.  A solidão de cada um, dentro das próprios sentimentos, experiências, da precariedade da vida, da finitude, ressoa no teatro. O público desolado, piangere, piangere... Então, o bandonéon acompanha o saxofone. Também verte suas lágrimas, mas a seguir, procura um movimento próprio, independente, para sobrepor as lamúrias do outro, constantes e iguais. E reforça o ritmo, dá força ao grito, m

A MEDIDA DO AMOR

Imagem
Mônica Lobo Um dedo, um palmo Uma foto, um quadro Uma vida, um hiato Uma casa, um gato Dois olhos, um laço Duas mãos no espaço Dois pés, um passeio Duas dores ao meio Que medida de alegrias, em tempo sem escala, nos faltou por tantos dias feito corte de navalha? Tremores com suores frios Adereços cardinais deslumbrantes Nossas folhas descendo fortes rios As últimas mais secas que as de antes Que medida de amores, em almas sem defesa, nos privou de mil alvores feito força sem leveza? Certa noite de vento e encanto A música deu seu passo Na ponta dos pés, entretanto Marcou no peito seu compasso Descobrimos no amor real Em face o ardor mais bonito Na aurora boreal A medida do infinito