A MEDIDA DO AMOR


Um dedo, um palmo
Uma foto, um quadro
Uma vida, um hiato
Uma casa, um gato

Dois olhos, um laço
Duas mãos no espaço
Dois pés, um passeio
Duas dores ao meio

Que medida de alegrias,
em tempo sem escala,
nos faltou por tantos dias
feito corte de navalha?

Tremores com suores frios
Adereços cardinais deslumbrantes
Nossas folhas descendo fortes rios
As últimas mais secas que as de antes

Que medida de amores,
em almas sem defesa,
nos privou de mil alvores
feito força sem leveza?

Certa noite de vento e encanto
A música deu seu passo
Na ponta dos pés, entretanto
Marcou no peito seu compasso

Descobrimos no amor real
Em face o ardor mais bonito
Na aurora boreal
A medida do infinito

Comentários

  1. A tua medida é bem dosada, lírica e prosaica. Perfeitas, as 2 primeiras estrofes!
    M.Júlia

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  2. Balançava numa rede enquanto lia a poesia. Sem dar por mim, os versos me embalavam prá lá e prá cá, perfeitamente integrados ao dolce far niente, ao percurso do amor rio. Amor que celebra o vivido e lamenta o não vivido. Amor que se mede com o infinito. Amor poesia, afinal.

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  3. Oi Monica, lindo! Você conseguiu juntar todos os temas (medida, equilíbrio, aqui e agora, música) num mesmo texto muito poético.
    Também estou aqui tentando entender como é a medida do infinito...

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  4. A cada rodada tenho me surpreendido mais e mais com sua poesia. Lindo foi a palavra muito usada aqui...sim beleza sem medidas!
    Vaneska

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