POEMINHA SOBRE A AUTOESTIMA DA MULHER BRASILEIRA (OU UM PEDIDO DE DESCULPAS POR EXISTIR)

Julia V.

Para minha tia Nádia

Sou macumbeira, converso com entidade, venero estátuas, sigo conselhos de pessoas inspiradas por espíritos. Mas meu coração é bom.

Sou feminista, pela legalização do aborto. Esquerdista, pelos direitos dos pobres, dos excluídos, das minorias, de toda aquela gente que você acha chata e que atrapalha o teu sono, gosto é delas. Pode acreditar quando digo: minha alma é boa.

Sou separada, não tenho marido, faço sexo - quando faço - é só por prazer, porque amar (e ser amada) está difícil. E nem venha me dizer que é porque não sou bonita o suficiente para "prender" um homem, já ouvi muito isso, cansei, mude a playlist. A verdade é a seguinte: apesar de tudo isso, sigo sendo uma pessoa de coração e alma boa.

Comentários

  1. A gente já dá de cara com o irônico pedido de desculpas quando se depara com a adversativa "mas", sutil e delicado.
    Gosto do texto seco, sem rodeios: diz o que há pra ser dito e vai embora - estilo Júlia V. rs.
    Vaneska

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  2. Júlia, você é ótima com suas mini-crônicas bem "pós-modernas", cruas e sem rodeios.
    M.Júlia

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