QUEM SÃO ELES?

Elisa Maria Rodrigues Sharland

Dizem que são cinco, mas mesmo poucos, representam o mundo  para os humanos. É através deles que o homem se relaciona com o os objetos que o cercam, com os outros e até consigo mesmo.

Apesar de serem também muito úteis e importantes para os seres humanos, existem, comprovadamente em todos os animais.


Também quero crer que alguns estão presentes em todos os seres vivos, permitindo que todos desfrutem das sensações, percepções, alegrias, tristezas, e tantos outros sentimentos que nutrimos e construímos ao longo da vida.

A compreensão do mundo e de si, talvez seja a tarefa primeira do ser humano neste espaço que que lhe foi concedido habitar durante esta jornada: a vida. E, o que seria do homem sem eles, que os utiliza para perceber e conhecer tudo aquilo que o cerca.
Algumas pessoas, por alguma circunstância da vida, podem nascer sem um ou outro, existem algumas que os perdem, um ou mais, ao longo da vida. Também dizem que, à medida que o ser humano envelhece, vão perdendo a sua vividez através da sua diminuição, já que vão minguando, ao que parece, por tanto serem utilizados.


Cada um deles se utiliza de órgão diferente para cumprir sua função e, quando algum deles não existe ou foi perdido, o próprio organismo se encarrega de pedir ao outro que se esmere em sua função para, de alguma forma, suprir a sua ausência, permitindo a plenitude dos sentimentos e percepções tão necessários para que o homem possa estabelecer seus relacionamentos e assim, cumprir a missão de viver.

São quase percebidos como quíntuplos pois apesar de serem diferentes, nascem juntos (os quíntuplos não são gêmeos idênticos), todos estão interligados e quando harmonizados, permitem que, com a ajuda da sensibilidade se desenvolvam outros, que a sabedoria popular reconhece mas, que muitas vezes a ciência descarta ou ignora.

Assim, apesar de cada um ser bem diferente do outro, são complementares em seu papel, quase missão, auxiliando os animais na complexa tarefa que tem em mãos: viver.

Sim, são os sentidos – visão, audição, tato, olfato e paladar – que permitem ao homem usufruir as diversas sensações do mundo em que vive e, quanto melhor explorar cada um deles, mais completas estarão suas missões: a dos sentidos e a do homem.

Cada um, a sua maneira, permite a integração do ser humano de tal forma que a vida acontece de maneira mais completa:
  • a visão, que permite enxergar o mundo, vislumbrando seus meandros, suas cores, seus encantos e dissabores, construído pela natureza e esculpido pela mão do homem, numa conjunção que, se nem sempre perfeita, certamente, dá um significado especial ao que se vê, mostrando que nem tudo é reta e nem tudo é curva e, entre uma e outra, se permite, ao olhar, descrever o cenário que, num segundo pode se transformar.
  • a audição, que possibilita o desfrutar de sons  que vivem na natureza ou que decodificados pelo homem, traduzem sentimentos, dores, melancolias e alegrias, em músicas, palavras, poesias e tantos sons que viram alegorias para alma e néctar para corações apaixonados,  ou, quando ouvidas de maneira torta, podem por tudo a perder já que, a audição, nem sempre perfeita, pode induzir a compreender aquilo que foi falado, de maneira equivocada.
  • ah! E o tato, esse, muito apreciado, já que permite entrar em contato direto com o objeto desejado. E, se o sentimento proporcionado em muito depende da sensibilidade de quem toca, é porque requer cuidado e zelo para não estremecer aquele que ternamente repousa sua superfície, deixando que a pele, em suas mais pequeninas centelhas, brilhe ao encontrar seu semelhante, dando-lhe vida e fulgor produzindo o calor que a vida requer.
  • o olfato, que atento a tudo, a todos inebria dos odores da vida, produzidos por todos os seres vivos para aromatizar o ambiente que, de outra forma, perderia seu colorido e encanto. Este que muitas vezes nos engana, produzindo pensamentos que conduzem uma procura, na busca sobre a quem pertence este ou aquele cheiro já que de tão peculiar, não entrega de bandeja o seu misterioso dono.
  • e lamba os beiços quem adivinhar, para que serve o paladar. Este, na boca de todos, permite saborear, os prazeres da boca, deleitando a todos com os diferentes gostos que existem em mais recônditos recantos da terra, do ar, do fogo e do mar. O paladar que a tudo nos permite degustar.

E será que ainda falta algum? Tem o sexto sentido, que na sabedoria popular, é aquele que permite adivinhar o que está por vir e assim, quem sabe evitar muitas coisas que dariam um triste fim.

Mas, o que se sabe, certamente é que os cinco sentidos funcionando natural e harmoniosamente, permitem que cada indivíduo desfrute de uma vida plena  de emoções, sensações, sons, sabores, visões e odores contribuindo para a riqueza do ser que, ao desenvolver cada um também traz em si a vontade de experimentar o que na vida há e o que prazer lhe dá. 

Se muito ou pouco, bom ou ruim, amargo ou doce, suave ou áspero, claro ou escuro, agradável ou desprezível, muito depende de quem sente porque a natureza, em sua sabedoria, permite que, cada sentido seja individualizado e o colorido da vida assim, diferenciado e percebido ao gosto de cada um.

Cabe lembrar que existe sempre um grande auxiliar a todos os sentidos, já que o olhar, o sentir, o tatear, o ouvir e até mesmo o paladar, quando se permitem ao coração se entregar, tudo ganha outro significado e expressão, que  possibilita a todos ampliar o seu julgar.

Comentários

  1. Elisa, como sempre você nos brinda com sua argúcia, sistemática e a capacidade de se aprofundar nos temas sobre os quais discorre, desta vez, nada mais, nada menos do que os cinco sentidos! Muito bom.
    Obs.Se me permite,só queria chamar atenção para a repetição da palavra vida/ ao longo da vida no texto. Por favor, fiquem à`vontade para me corrigirem e dar sugestões.
    Maria Júlia

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  2. Vi você no texto, mas ao mesmo tempo senti vontade de vê-la um pouco mais. Não falo de um conteúdo biográfico, mas de algo que escapa da gente sem querer querendo.

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    1. Realmente nesse texto não incluí meus sentimentos em relação aos sentidos, apenas os descrevi como os percebo, o que de alguma forma me retrata neles porém, não transparece o que realmente sinto ou melhor, não me insiro na experiência direta dos sentidos.
      Ellisa

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  3. Texto bem sistematizado, organizado, claro, muitíssimo bem escrito. Quase acadêmico numa primeira leitura, mas na verdade é cheio de poesia. Contemplar os cinco sentidos e ainda brincar com o sexto não é tarefa fácil rs!
    Vaneska

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  4. Uma verdadeira tese sobre a compreensão do mundo e de nós mesmos através dos cinco sentidos! O que seríamos sem eles? Nada. Vivemos através daquilo que sentimos. Como poderíamos "cumprir a missão de viver" sem os sentidos? Adorei o "cumprir a missão de viver". Muito filosófico o seu texto e eu adoro Filosofia.

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